Metodologia desenvolvida pela Santé leva o colaborador a olhar para dentro, reconhecer seus talentos, identificar seus valores centrais e entender o que o motiva de forma genuíno
Estudos da Gallup revelam que apenas 15% dos profissionais no mundo estão engajados no trabalho. A Santé, consultoria especializada em comportamento organizacional com base em Neurociência e People Skills, desenvolveu uma metodologia embasada em Neurociência para aplicação prática no ambiente corporativo. A metodologia foi estruturada em cinco eixos: identificação e ativação de talentos individuais, mapeamento das motivações internas, definição clara dos valores pessoais e organizacionais, reconhecimento dos sabotadores emocionais e a construção de um senso de propósito coletivo.
Conforme explicou Andrea Petrillo, sócia e mentora da Santé, “neurociência aplicada à gestão emocional é o uso do conhecimento sobre o funcionamento do cérebro para ajudar as pessoas a compreenderem, regularem e direcionarem suas emoções de forma mais consciente e estratégica no ambiente de trabalho. Quando falamos em gestão emocional, falamos sobre aprender a reconhecer gatilhos, entender como emoções influenciam nossas decisões, comportamentos e relacionamentos. E, com isso, gerenciar melhor o tempo, o foco, a energia e os conflitos”, afirmou.

Ela acrescentou que ao entender, por exemplo, como o cérebro reage ao estresse ou à insegurança (ativando o sistema límbico), conseguimos construir caminhos para estimular áreas do cérebro ligadas à tomada de decisão racional, empatia e criatividade, como o córtex pré-frontal. “Na prática, isso permite cultivar ambientes emocionalmente seguros, com mais engajamento e menos reatividade. E a base para isso é o autoconhecimento”, sintetizou.
Foco no turnover
Para a Santé, não existe cultura forte sem pessoas conscientes de quem são.
Segundo Andrea, “na metodologia aplicada com foco no turnover, são utilizadas neurociência e estruturada a jornada nos cinco pilares (mencionados no primeiro parágrafo). Essa metodologia leva o colaborador a olhar para dentro, reconhecer seus talentos, identificar seus valores centrais e entender o que o motiva de forma genuína”, disse.
Por meio de ferramentas práticas, exercícios guiados e dinâmicas profundas, é criado um ambiente seguro para que cada pessoa descubra sua melhor versão no trabalho. “A partir daí, conseguimos conectar o propósito individual ao propósito coletivo e isso transforma a relação do colaborador com a empresa. Quando há clareza interna, o engajamento passa a ser espontâneo, e o senso de pertencimento cresce de dentro para fora”, afirmou.
Sabotadores emocionais
Um dos eixos da metodologia é o reconhecimento de sabotadores emocionais; aqueles que nos limitam por não acreditarmos nas nossas capacidades. “Os sabotadores emocionais são padrões mentais e emocionais inconscientes que limitam nosso desempenho, bloqueiam decisões e nos impedem de expressar plenamente nossos talentos. Muitas vezes, eles nascem de medos, crenças distorcidas ou experiências anteriores e se manifestam como autocrítica excessiva, procrastinação, perfeccionismo, necessidade de agradar, entre outros”, esclareceu.
Na metodologia Santé, eles ajudam cada pessoa a reconhecer esses padrões. “Entender de onde eles vêm no cérebro (em geral, do sistema de proteção emocional), e construir estratégias para responder com mais consciência e menos impulsividade. Quando isso acontece, o profissional deixa de operar no modo ‘sobrevivência’ e passa a atuar no modo ‘potência’”, definiu.
Identificação e ativação de talentos individuais
Neste eixo, a metodologia da Santé começa com um processo estruturado de autoanálise e feedbacks cruzados, combinado com ferramentas que revelam as forças naturais de cada pessoa – seus talentos cognitivos, emocionais e relacionais. “Muitas vezes, o colaborador está tão focado nas demandas externas que perde a conexão com o que faz bem, com leveza e entrega. Ao nomear esses talentos e trazer exemplos práticos do cotidiano, ajudamos a pessoa a reconhecê-los, valorizá-los e usá-los com intenção”, comentou.
Já ativação acontece quando esses talentos passam a ser utilizados com consistência e propósito, e não apenas de forma eventual. “Isso gera motivação intrínseca, mais produtividade e clareza de contribuição”, sintetizou.
Lugar certo, mas no cargo errado
Muitas vezes, o profissional não está motivado na empresa por não estar no cargo/área que tem o seu perfil. A metodologia da Santé também é uma aliada para que a empresa não perca esse talento. “Esse é um ponto muito importante. A desmotivação nem sempre vem de má vontade, muitas vezes vem de desalinhamento entre o perfil do colaborador e o papel que ele exerce.
Na nossa metodologia, além de olhar para os talentos e motivações individuais, mapeamos os contextos em que cada colaborador performa melhor: ambientes mais analíticos, criativos, colaborativos, técnicos, dinâmicos, etc.”, afirmou.
A partir dessa leitura, são gerados insights para a liderança reposicionar, realocar ou desenvolver melhor seus talentos internos, evitando a perda de bons profissionais por inadequação de função. “Com isso, ajudamos as empresas a fazerem gestão de pessoas de forma mais inteligente: menos baseada em organogramas fixos e mais em potencial real de contribuição”, acrescentou.
Construção de senso de propósito coletivo e a liderança
Muitos se questionam como nasce o senso de propósito coletivo. A resposta, disse Andrea, “é quando as pessoas entendem como suas ações individuais impactam positivamente o todo e se sentem reconhecidas por isso. Para isso, trabalhamos a conexão entre o propósito da empresa e os valores e talentos individuais. Mostramos, com exemplos e experiências, como cada colaborador é peça fundamental da engrenagem e como suas entregas fazem diferença”.
Nesse contexto, a liderança tem um papel essencial. “Não apenas como comunicadora da visão, mas principalmente como facilitadora de ambientes onde o propósito é vivido na prática. Por isso, a liderança também passa pelo processo de autoconhecimento, para ser capaz de inspirar com autenticidade, reconhecer o melhor de cada um e criar uma cultura de confiança e pertencimento”, concluiu.
Case
A Santé atendeu a uma empresa que operava em um setor com alta pressão e apresentava os sintomas comuns desse ambiente: turnover elevado, perda de talentos e baixo senso de pertencimento. A cultura interna já não estimulava vínculos duradouros nem autonomia entre os times. Com a sua metodologia aplicar, a mudança começou a ser percebida nos primeiros meses.
O turnover foi reduzido em mais de 40%, clima organizacional se tornou mais colaborativo e produtivo, com times mais autônomos e preparados para integrar novos profissionais e propósito institucional refletido na prática, não apenas no discurso. “Autoconhecimento, inteligência emocional e alinhamento de valores formam a base de uma cultura organizacional saudável. Sem isso, qualquer plano de cargos ou benefício se torna paliativo”, concluiu Andrea.
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