As associações Abipeças e Sindipeças, que representam a indústria de autopeças no Brasil, enviaram nesta terça-feira uma mensagem oficial ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestando preocupação com a possível redução do imposto de importação para veículos desmontados e semidesmontados (CKD e SKD). A proposta defendida por montadoras chinesas, que já possuem significativa participação no mercado automotivo brasileiro, é apontada pelas entidades como uma ameaça direta à competitividade da produção nacional.
Em ofício assinado por Cláudio Sahad, presidente da Abipeças e Sindipeças, as entidades destacam os potenciais impactos negativos dessa medida na indústria local, como a redução da produção, a perda de empregos e a revisão de investimentos já anunciados por montadoras e pelo setor de autopeças.
Impactos econômicos e industriais
O cenário levantado pelas entidades é ainda mais alarmante diante da possibilidade de os Estados Unidos aumentarem as alíquotas de importação. Segundo o presidente das associações, a conjunção desses fatores deverá acarretar uma “combinação nefasta” de consequências para a indústria nacional.
“A combinação nefasta desses fatores irá, inquestionavelmente, provocar queda de produção e perda de empregos, além da inevitável revisão dos investimentos anunciados por montadoras e pelo setor de autopeças,” afirma Cláudio Sahad no documento enviado ao Presidente da República.
Comércio internacional com previsibilidade e equilíbrio
A Abipeças e o Sindipeças reiteraram seu apoio histórico ao comércio internacional, mas enfatizaram a necessidade de que as políticas sejam conduzidas com equilíbrio e previsibilidade. Para as entidades, a eventual redução do imposto de importação em favor de competidores externos criará um desequilíbrio injustificável, dado o impacto direto na capacidade de produção e na competitividade da indústria local.
“A questão, neste caso, é o favorecimento de competidores externos, em franca e injustificável desvantagem à produção local,” explicou Sahad.
As associações também apontaram que seguir com a redução do imposto de importação para CKD e SKD seria “contrário ao desenvolvimento da indústria brasileira,” comprometendo um setor que gera milhares de empregos e representa um importante pilar da economia.
Abipeças e Sindipeças: Reafirmação do compromisso com a indústria nacional
Tanto a Abipeças quanto o Sindipeças destacaram, na carta, a relevância da indústria de autopeças para o fortalecimento da produção automotiva nacional. O setor, responsável por abastecer montadoras e o mercado de reposição, desempenha um papel crítico na cadeia produtiva, gerando empregos qualificáveis e contribuindo para o desenvolvimento tecnológico e industrial do Brasil.
Frente aos desafios impostos pela possível mudança na política de importação, as entidades reforçam a necessidade de adotar medidas que priorizem a competitividade do produto nacional, garantindo sua viabilidade diante do aumento da concorrência externa.
“Atender ao pedido de redução de imposto de importação de veículos, neste momento, é seguir na contramão do desenvolvimento da indústria local,” completam as associações.
Abipeças e Sindipeças: defesa da indústria de autopeças
Com a iniciativa, a Abipeças e o Sindipeças reafirmam seu compromisso com as indústrias de autopeças e automotiva no Brasil, chamando atenção para a importância de proteger a produção nacional frente aos desafios impostos pelo mercado global.
As associações têm histórico de apoio ao comércio bilateral, mas, nesta ocasião, destacam a necessidade de um equilíbrio entre a abertura de mercado e a defesa da competitividade nacional. As entidades continuam mobilizadas para promover diálogos sobre políticas que assegurem o crescimento sustentável do setor automotivo no Brasil, garantindo empregos e inovação tecnológica, características que marcam o papel do segmento no país.
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