O Brasil deu mais um passo estratégico rumo à mobilidade elétrica com a inauguração da Plataforma para interoperabilidade de carregadores elétricos, projeto que busca padronizar e integrar a recarga de veículos elétricos em todo o território nacional.
O kick-off ocorreu nesta quinta-feira (22), na sala Cascavel do Campus da Indústria, em Curitiba, reunindo empresas, academia e instituições de ciência e tecnologia.
A abertura foi conduzida por Agne Roani de Carvalho Jorge, coordenadora do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI Eletroquímica), que destacou a importância da colaboração entre os setores público e privado. Participaram também Roberto de Medeiros, superintendente de Tecnologia e Inovação do Senai Nacional; Valério Marochi, pesquisador do ISI Eletroquímica; Paulo Roberto Marangoni, diretor dos Institutos Senai de Inovação; Fabiano Scheer Hainosz, gerente sênior de Tecnologia e Inovação do Senai Paraná; e Joel Guerreiro, líder de projetos do Instituto Eldorado.
Selecionada pela Chamada de Projetos Estruturantes do Programa MOVER – Mobilidade Verde e Inovação, a Plataforma para interoperabilidade de carregadores elétricos é coordenada pelo Senai Nacional e pela FUNDEP, com execução de quatro institutos de inovação e apoio de uma aliança industrial formada por 28 empresas, incluindo Stellantis, Volvo, Nissan, Mercedes-Benz e Caio.
O objetivo do projeto é garantir que carregadores e veículos de diferentes fabricantes funcionem de forma integrada, sem restrições técnicas. Até 2028, estão previstas a instalação de infraestrutura nacional de testes em corrente alternada (AC) e contínua (DC), a capacitação de profissionais, a criação de um banco de dados nacional de interoperabilidade e o apoio à formulação de futuras regulamentações.
“Não buscamos propriedade intelectual exclusiva, mas soluções coletivas que fortaleçam toda a cadeia. O motorista de um carro elétrico deve ter a mesma tranquilidade que um veículo a combustão ao abastecer”, afirmou o pesquisador Valério Marochi.
Empresas automotivas também destacaram a relevância do projeto. Rafael Mariz Guimarães, da Nissan, afirmou que a interoperabilidade acelera a chegada de novos modelos ao país. Brendon Kulak, da Livoltek, ressaltou a importância de adaptar soluções às demandas locais, garantindo que os carregadores funcionem corretamente com todos os veículos.
Com investimento de mais de R$ 28 milhões, grande parte via Programa MOVER, a Plataforma para interoperabilidade de carregadores elétricos é considerada estratégica para a transição energética, consolidando o Paraná como polo de mobilidade elétrica e trazendo benefícios diretos à indústria e à sociedade, segundo Fabiano Scheer Hainosz.
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